14 de dezembro de 2008

Jogando a Toalha

Dentro da minha cabeça tenho-o contornado,
Feito voltas e fechado os olhos para não vê-lo;
E quanto mais o nego em mim,
Mais você existe como uma torre;
Eu o avisto de dentro de todos os lugares do meu corpo,
Espalho-me, beirando a alucinação,
Esqueço o amor que por mim deveria ter,
E transformo pensar em sinônimo de você.
Perdeu-se seu cheiro em algum espaço dentro do meu espaço.
É você o minotauro do meu labirinto,
E a boca que me acordaria do sono profundo.
Apenas o amor não sorriu pra mim,
Apenas não sei o que fazer com você.
Tudo bem, eu não vou ser manhosa para o amor;
Vou fazer-me forte como só os fracos podem ser.
Amanhã bem cedo, junto à aurora,
Vou receber a brisa no rosto, e de algum jeito ou maneira,
À beira mar vou tirar você de mim.
Tudo bem, nalgum lugar do meu corpo, sempre
Haverá um ponto, uma cicatriz. Quem sabe?
A seqüela visível do amor que não me amou.