... Olhei-me no espelho, e me vi
Agachada, sentada à porta,
Como alguém que espera, ou
Se deixa à espera.
Eu estava pequena e frágil,
E quando me tentei tocar
Levando a mão ao espelho,
Fugi de mim mesma.
Então retraída, parti pra distante dali,
Expatriei-me, banindo-me de ser feliz.
Eu não era só imagem refletida,
Era alma exposta, translúcida.
Do lado de cá do espelho,
Fiquei só,
Completamente só.
Tinha a solidão daqueles que se abandonam.
Sabe, a Inês?
Depois de sua morte, não houve um só dia
Em que a vida fosse leve.
Puta. Agora Inês é morta!
Inês é morta e eu sou torta,
Tortamente alegre,
Individualmente feliz,
Abrigada às sombras dos meus fantasmas.
Como giram os girassóis,
Giro eu,
E se o encontro, meu sol;
Sou de todas a mais clara e iluminada.
É verdade que poderei abrigar
A mais densa e escura alma,
Por tamanha tristeza
De não o encontrar.
Mas, desde agora sento-me à porta,
E o esperar, será a minha profissão de fé.
Vejo-me agora
Olhei-me no espelho e...
19 de fevereiro de 2010
17 de fevereiro de 2010
pulo no escuro
falta matéria no pensamento
e pensamento na emoção
segue adiante do movimento
sentindo o vento no coração
não tem momento
não tem canção
tudo é descontentamento
na embarcação.
e pensamento na emoção
segue adiante do movimento
sentindo o vento no coração
não tem momento
não tem canção
tudo é descontentamento
na embarcação.
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